sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Benjamim - Proust - Tempo

Final de período, vários livros e textos pra ler, trabalhos pra escrever. Meu cérebro já está fritando, afinal não sou e não tenho a menor intenção ou pretensão em seguir uma carreira acadêmica e muito menos me tornar uma intelectual, mas não posso negar o prazer quando encontro um autor ou idéia que me afeta. Fui afetada por Benjamin e suas reflexões sobre Proust.

Walter Benjamim em A imagem de Proust - levanta questões sobre passado e presente na obra de Proust. Cito aqui duas passagens bem simples e fortes que me fazem muito sentido hoje.

"Pois um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma uma chave para tudo o que veio antes e depois." Walter Benjamim

continuando nesse pensamento...

Jeanne Marie Gagnebin escreve sobre Benjamim refletindo Proust - "O golpe de gênio de Proust está em não ter escrito "memórias", mas, justamente, uma "busca", uma busca das analogias e das semelhanças entre o passado e presente. Proust não reencontra o passado em si - que talvez fosse bastante insosso -, mas a presença do passado no presente e o presente que já está lá, prefigurado no passado ou seja, uma semalhança profunda, mais forte do que o tempo que passa e que se esvai sem que possamos segurá-lo. A tarefa do escritor não é, portanto, simplesmente relembrar os acontecimentos, mas "subtraí-los às contigências do tempo em uma metáfora." - Prefácio Walter Benjamin ou a história aberta do livro Walter Benjamim Obras Escolhidas Magia e Técnica Arte e Política

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