sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Um Dia Desses.... 06/01/08

Estou apaixonada. Só quero escrever isso, só sinto essas duas palavras, as duas únicas que me fazem sentindo. Estar, estar, estar.... Não quero ser. Paixão, estou. Não sou paixão, não sou apaixonada. Não sou nada, estou sempre. Apaixonada. O que vem me diz: eu fico, passo, ando, e tudo passa. O que não fica não me deixa. Eu sou constantemente levada e deixada. O tempo não passa, as coisas estão, é o constante entre - entre minutos, entre vidas, entre amores, entre paixões, entre confusão, entre clareza, entre cheia, entre vazia, entre ser, entre estar. Estou e só. Ser ou não ser não é questão, é questão. Para que ter uma questão? Pensar não, questão é pensamento. Sinto Alberto Caeiro, sinto o “Eu Profundo”, a incoerência faz parte do estar. Hoje estou, daqui a pouco estou , ontem estive, amanha estarei. Não sei como, como estar no mundo. Não preciso saber, não quero saber, se eu sei é porque pensei, se pensei é porque me considero sendo. Não quero considerações. Brinco de não ser, brinco de ser, esqueço que nasci no mesmo dia em que não sei quem, podem ser vários, nasci no mesmo dia em que o universo esteve, e junto com ele estive, não pensei, só estive. Só senti. A busca pela sensação do nascimento. O momento em que estar é. E assim estamos, nascemos, estamos, morremos, estamos. Estamos brincando de estar, estou brincando de estar.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Diálogo entre passados, presentes e futuros amantes

Ela – Eu não te amo mais.
Ele – (Silencio)
Ela – eu não te amo mais mesmo. Eu não sei nem como é que eu sei. Eu nunca soube o que era o sentimento de não amar mais alguém. A gente só sabe o que é amar, a gente sempre sabe quando está amando, mas e quando o amor vai embora? Eu nunca tive que pensar nisso, eu nunca senti isso.
Ele – Você nunca sabe o que sente. Claro que você me ama. Ninguém deixa de amar alguém, assim - de repente. Eu te amo, talvez às vezes eu tenha uma ou outra dúvida. Mas é impossível eu não te amar mais.
Ela – Eu não sei mais nada, não acho nada impossível. Alguma coisa mudou, eu sinto amor, mas não mais amor. Eu nunca vivi isso, o amor nunca morreu antes do fim. Até hoje eu só tinha terminado por falta de escolha, por obrigação de algo que estava fora. Hoje está dentro de mim, e agora o que eu faço?
Ele – (Silêncio)
Ela – Eu estou livre, né? Deveria ser fácil. Mas ainda estou aqui. Com você. Sem ou com amor.
Ele – Você sempre querendo decidir a vida, não precisa. Amor hoje, amanhã não precisa saber.
Ela – Não amo hoje, mas e amanhã?
Ele – Amanhã não existe!
Ela – Hoje eu sei o que amanhã pode já não ser mais.
Ele – Eu te amo hoje
Ela – Eu não te amo hoje
Ele – Eu te amo amanha
Ela – Eu te amo amanhã. Eu te amo depois de amanhã, eu não te amo ano que vem. Eu não te amo hoje.
Ele – Vai embora.
Ela – Pra onde? Eu tenho todas as possibilidades com esse não amor. Posso ir. Ver o mundo, ver para além de mim com você, mas não sei como é que se faz isso.
Ele – Eu te amo. Vai embora.
Ela - Eu estou livre né? É uma liberdade, e eu não sei o que fazer.
Ele – Eu não te amo.
Ela - Eu não te amo. Eu vou embora. Eu não quero mais isso pra mim. Eu não quero mais isso pra mim. Desculpa. Obrigada.
Ele – Desculpo. Obrigada.
Ela - Eu te amo não te amando. Eu não te amo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Possívelmente Nora

NORA - Hoje andando na rua ouvi uma ambulância, depois vi a mesma correndo, avançando na contra-mão. Os carros parados esperando a urgência passar. E passou, e depois aceleraram e segundos seguintes não havia nem mais o eco da sirene. Aquela pessoa dentro daquele hospital ambulante talvez já tenha morrido, ou talvez já tenha parido. Eu que atravessava a rua já estou em casa, não sei bem o que fazer; não tenho nada pra fazer. A ambulância passou, e eu estou em casa, no meu quarto que deveria ter a minha cara, com a minha casa que deveria ter a minha cara, mas eu me olho no espelho e vejo cabeça, olhos, nariz, cabelos, vejo o meu contorno. Que contorno é esse, não me sinto pertencente desse contorno. Ele parece demais distante do que está dentro. Dentro, tento ver dentro, vejo a minha casa e só vejo o fora, dentro é um borrão, é o nada, vejo meu quarto e vejo o nada, ou vejo qualquer coisa, qualquer pessoa, qualquer história de vida com ou sem a passagem da ambulância. Minhas roupas, minha casa, minhas coisas, chamo de meu, mas nada realmente me pertence, nada me expressa como eu. Eu não me expresso como eu. Eu me expresso como ele, como eles, como os outros. Há um corte, uma ruptura - ruptura não - porque nada nunca foi para poder ser rompido, há um buraco vazio entre nós, entre os meus possíveis eus. Eu já tinha falado que meu dedo tremia porque não queria mais ser dedo, queria ser palma. Meu corpo agora todo treme, todas as partes insatisfeitas, todas as partes brigando para trocar de posição, de ordem, todas brigando na tentativa de me compor de uma outra forma, como uma outra, ou talvez como a mesma só que inteira. Inteira de partes inteiras e principalmente presentes em encontro com as outras. Sinto a necessidade de me perceber fragmentada, os fragmentos podem me reproduzir inteira de partes incoerentes.

domingo, 22 de agosto de 2010

Conversa com a sombra

A senhorita deve deitar e não me perguntar nada. Fica aí deitada olhando pra frente. Tá vendo pela janela? Tudo branco. Um mar de leite. Você acha que ouve, você acha que toca, mas não consegue sentir mais nada. Fecha o olho, fecha o outro olho, tá vendo? Não, você não vê nada, você não sente nada, você se perdeu em você mesma. Por fora eu te vejo travada, mas tenho certeza que você já deve estar no ponto de uma explosão. Um, dois, três, quatro, pula um, pula 20, pula 24. Me escreve uma carta, me diz que não é comigo que você quer ficar, que não é pra mim que você quer olhar, quando puder olhar de novo. Deita. Eu disse, deita de novo, não era pra você ter levantado. Seu dedinho da mão direita treme porque não quer mais ser dedinho, queria ser uma palma. Seu corpo quer explodir, mas não é isso que você estava pensando em fazer agora, pelo menos não é isso que você estava pensando em fazer com seu corpo agora. Mas ele não te pertence, você que está subordinada a ele. Deixa ele te levar!. Se joga. É, você não consegue, não sabe se jogar.

sábado, 21 de agosto de 2010

Nos encontramos no presente.

E a gente se encontra no presente. Toda uma vida passa... Lembranças, momentos... Passado, inteiro, quase pronto, todos juntos se convivem no único, no que é de fato, no que está. O que veio, o que vai ser não é mais, e ainda não é. Presença é o todo, é o encontro da vida, de vidas, pessoas, lembranças, histórias e presentes.
Nos encontramos no presente, você que não me queria ontem, hoje já não importa, hoje eu não te quero, amanha talvez te queira e você mais uma vez não, e não importa. Hoje eu já não te quero, ontem e amanha são, hoje está. É uma obsessiva obsessão pelo presente, pela presença, pelo estar. Este hoje. Agora estamos todos num encontro que relaciona, que interage, todos fazemos parte do mesmo momento.
Nos encontramos no presente. Eu com a minha história, ele com a dele, mais ou menos importante, mais ou menos vivida, nós dois nos encontramos no presente. O que foi, me faz hoje, faz dele, e dela também. Mas nos encontramos no presente. Esse presente parece o vazio, quase que não tem sentido, não faz sentido, fica difícil de entender, de confiar, o passado e futuro dão base e segurança que desvirtuam da experiência da presença, da conexão, da simplicidade e leveza que é apenas poder estar, e pronto.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Continuação...ELE - SEM NOME

Ele - eu quero sugestões. Alguém tem um nome, qualquer nome, não precisa ser conhecido, não precisa ser original. Hein, alguém... você alguém quem é? Qual é o seu nome? Eu nunca pensei pra que servia um nome, além do objetivo óbvio e comum – identificação. Hoje desejo um nome, acho que eu poderei estar alguém através dele. Me encontrar e não me identificar. Você tem um nome que me ache? Você não gostaria de tentar me achar? Não adianta, seus nomes não me encontram. Eu tento um olhar para dentro, vejo fragmentos de letras, silabas, marcas e cores que surgem no vazio. Pode ser que meu nome venha de lá, lá longe, lá dentro. Um nome, alguém tem um nome...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

SEM NOME

Ele fica sentado, por alguns segundos até se perceber boneco, mas agora já se sente outro. Precisa de um nome. Qual nome? Ele escolhe? Se ele não escolher quem decide, sugere, namora um nome? Ele não é ela, ele não é ela vestido dela. Talvez ele possa ser ela, quando ela quer ser ele ou até outro, mas não ela e não mulher. Ele senta como homem, como mulher, senta estando, senta com presença, perplexo não consegue, possivelmente não saiba nomes. Com certeza ele não sabia o nome dela, nunca tinha pensando na importância ou talvez no valor de um nome. Ele era capaz de sentir o cheiro dela, mesmo que vindo de outra cidade. Ele que ainda não tinha um nome e nunca soube o nome dela, através de suas camadas mais superficiais vibrava em harmonia com o corpo dela, e vibrava dessa maneira só com o corpo dela. Sua capacidade de identifica-la ultrapassava a necessidade de um nome. Nome era para os outros, para aqueles que não se entrelaçavam, não se emaranhavam, ele não precisou de um nome até hoje, até agora. Agora que ela foi embora, ele não sentia mais cheiro, seu corpo não vibrava, não harmonizava mais. Um corpo em caos. Ele nunca precisou do nome dela, ele não precisa mais do nome dela afinal ela já não é mais ela, não aquele ela com ele, e ele não é mais aquele ele com aquele ela. Quem é ele agora? Ele quer um nome, ele precisa de um nome, ele quer se ver fora.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Às vezes você me pega e eu não sei o que fazer comigo. Eu te pego, eu me pego. Nós brincando de não brincar, ter consciência do inconsciente. Que bobos... Não importa se é ou não - um ou outro - eu ou você - eu ou eu - você ou você. É o infinito das possibilidades, infinito de uns e de outros. Sem sentido às vezes fico querendo acreditar na dualidade das coisas, que boba... Que bobos... Ontem você quebrou a minha xícara. Achou que eu não iria perceber... Que bobo... Era só uma xícara. Que simples. Uma xícara, um bigode, um trem que de vez em quando passa e quase entro. Continuo aqui com você, esperando a hora certa de entrar sozinha.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O ENXOVAL - COMPANHIA ATORES DE LAURA - DIREÇÃO LUIZ ANDRÉ ALVIM - ELENCO ANA PAULA SECCO VERÔNICA REIS E LUIZ ANDRÉ ALVIM

EM CARTAZ NO TEATRO LEBLON SALA TÔNIA CARRERO TERÇAS E QUARTAS AS 21:00 ÚLTIMAS SEMANAS!!!!!!
IMPERDÍVEL!!!!!
Fotos: Diana Herzog







domingo, 8 de agosto de 2010

Para o meu pai

As fotos da minha vida.

As primeiras fotos ficaram na minha lembrança, você me deu aquela câmera tijolo, com aquele filme comprido para eu levar na minha primeira viagem sozinha, o acampamento NR. Tirei várias fotos, devo ter trocado de filme umas duas três vezes, era simples - só encaixar o objeto no seu lugar apropriado e pronto não tinha que puxar nada, fazer girar ou qualquer outra complicação. A cada troca, eu abria retirava o filme usado, jogava fora e colocava o novo dentro... E assim foi, até o meu retorno acompanhada apenas da câmera - os filmes ficaram nas latas de lixo do NR, junto com as minhas primeiras imagens. Você não me disse o óbvio, e se hoje o óbvio para mim ainda não é óbvio, imagina com seis anos de idade... Com câmera, sem filme, sem fotos, com muitas imagens que ficaram só pra mim.

Com sete anos você me deu uma Kônica modelo Tomato. Câmera lindinha, vermelhinha que na proteção da lente tinha um tomate perfeito desenhado. Eu a carregava pendurada em diagonal do ombro esquerdo ao lado direito do meu quadril. Fazia fotos de tudo e qualquer coisa, os carros americanos, prédios espelhados, pessoas. Também ficava atrás de você tentando ver o que é que você estava vendo, o que é que você estava fotografando.

Já adolescente, devia ter uns 15 decidi pegar uma optativa na Pine Crest, Photography com o Mr. Lawman. Você me deu a sua Pentax Asahi para eu aprender, e como eu aprendi, e como eu fotografei. Vivia com a câmera pendurada em diagonal do meu ombro esquerdo ao lado direito do meu quadril. Minhas amigas eram o meu sujeito principal. Quantos sorrisos e movimentos eu consegui perceber e enquadrar. Em Photography me senti super importante, eu tive finalmente a oportunidade de entrar num darkroom para revelar as minhas imagens. Lembrava tanto do seu laboratório no subsolo da Kobe, era lindo, grande e cheio de coisas que eu não sabia para que servia, mas como eu gostava, como eu gostava daquele cheiro forte do fixador. As fotos em preto e branco penduradas no varal, a imagem aparecendo como mágica no papel branco, e você dizia “olha só é mágica”, eu achava aquilo tudo incrível. A luz vermelha alaranjada que fazia daquele espaço um quarto escuro. Eu me sentia muito bem ali desde sempre, apesar de não entrar com tanta freqüência. Com 15 estava eu lá, misturando as químicas, enquadrando as imagens para depois expor o papel à luz. Passava horas do meu dia lá dentro, ouvindo música no meu discman sozinha, era um momento de encontro comigo, com as minhas fotos com a história que acontecia dentro de mim. Eu ampliava as fotos, te mostrava, e você as lascava de críticas e eu muito defendida nunca estava disponível para ouvir de primeira, e depois de um pouco de stress eu já estava recebendo tudo o que você tinha para me ensinar, e louca para sair e fotografar novamente, já com um olhar mais lapidado, mais consciente – foi aí que comecei a realmente ver o quadro e escolher como eu queria ver os momentos, eu tinha a sorte de poder olhar os momentos.

Com 17 você construiu um laboratório só pra mim, ele tinha a minha cara, era o meu espaço. Não durou muito, mas foi muito bem utilizado, vivi muito ali dentro, era um momento de paz e encontro. Foi todo escolhido pelo catálogo da B&H.

A coisa começou a ficar mais séria, estava fotografando tudo, queria viver disso, viver com isso pro resto da minha vida. Queria fotografar gente e momentos. Você me deu uma Nikon 6006, foi difícil abrir mão da Pentax, tinha criado uma relação com ela, mas a Nikon era linda, era automática, e mais importante ela parecia com a sua Nikon F4 que você sempre levava nas nossas viagens, e finalmente poderia dividir lentes com você, as câmeras eram compatíveis. Como eu usei essa câmera, ela foi minha grande companheira por muito tempo, ela viu Paris, Provence, Polônia, Israel, Chapada Diamantina, Gainesville... Ela me viu. Me encontrei na câmera, nos meus auto-retratos. Quantas noites eu virei me produzindo, me enquadrando e me fotografando. Escolhi ser fotógrafa, passei dois anos e meio naquela faculdade descobrindo o meu olhar que até então era muito atrelado ao seu. Lá descobri que a foto não precisava mais ser bonita, ela tinha que ter conteúdo, lá me apaixonei pelo Duane Michaels. Queria expressar toda a angústia que sentia naquele momento através das minhas fotos, queria contar as minhas histórias. Photo Narrative, a possibilidade de dar seqüência, era isso - contar histórias.

De repente foi tudo interrompido, voltei para o Brasil atrás de vocês. Cheguei a fotografar produtos, era horrível não tinha e não tenho o menor talento para aquilo, mas era o que dava dinheiro. Gostava mesmo era de me fotografar, de fazer poesia em imagem e não via mais espaço para isso, o filme ficou caro, papel, revelação, não tinha mais laboratório, não tinha mais prazer. As câmeras foram substituídas e eu não consegui me adequar, acompanhar. Você também não estava mais quase fotografando, tanta coisa séria acontecendo, não havia mais espaço e nem tempo para um hobby. Os anos passaram e eu parei completamente de fotografar, foi importante, abri espaço para o teatro e para entender porque que me fotografava tanto. Mas a verdade é que havia uma lacuna dentro de mim. Há quase dois anos voltei a fotografar, porque a vida quis assim. Não foi uma escolha consciente, me chamaram eu aceitei e sem querer e aos poucos fui redescobrindo o que estava tão distante. Primeiro o André me emprestou a câmera dele, mas logo depois ela quebrou e me vi obrigada a te pedir a sua emprestada. Aí sim, estava eu novamente fotografando com uma câmera profissional, uma Nikon D200, essa automática e digital. A fotografia está hoje presente em mim, me re-conectei, nasci para fazer isso também da minha vida, seja lá como for. Acompanhar momentos com a câmera na mão, ver esses momentos depois como uma escolha do meu olhar me emociona e me preenche.

A fotografia é um pedaço de você que está dentro de mim, dentro da minha história. A fotografia também é um pedaço da vovó, que está dentro de você e que claro está dentro mim. Lembro quando vi as fotos dela pela primeira vez e vi o meu olhar, achei impressionante, me conectei com as imagens da minha avó, com o olhar dela em algum momento perdido de sua existência tão fechada e indisponível para todos nós. Meu queridíssimo pai fotógrafo sinto muito orgulho de te ver hoje finalmente escolhendo viver essa arte que no fundo nos escolhe, a sua coragem me inspira. Parabéns. Você é um homem muito especial, continue nesse caminho que é só seu, você nasceu para isso.

Te amo profundamente.

Didi.

auto-retrato 2000




Sem ar, tudo apertadinho, miudinho.
Sem ar, tudo perdido, achado, sem ordem.
Sem ar, tudo errado, certo.
Sem ar, e tudo não me diz nada.
Sem ar, querendo saber de tudo, mas o nada é que está.
Sem ar, com ar para olhar, sem ar para receber.
Sem ar para olhar, sem ar para aceitar.
Sem ar para confiar na vida. Sem ar para confiar no outro, confiar em mim.
Sem ar, porque sem ar.
Sem ar com medo de respirar, sabe-se lá o que é que eu posso sem querer colocar para dentro.
Sem ar, porque já não sei mais como renovar; algumas possibilidades que no vácuo não se tornam e não me encontram.
Sem ar pela vida, sem ar por mim, sem ar por mins.
Sem ar e pronto.
Sem ar...
Sem ar, porque agora acho que não quero respirar, porque agora esqueci como é que se respira.
Sem ar, porque percebi que respirar é um ato voluntário.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

tem gente que já ouviu

Tirar a fome da miséria
Custar o olho da mãe
Colocar o bode na frente da carroça
Rodar uma praga
Ou vai ou desce

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Renunciation contains an element of joy, struggle, enthusiasm and freedom: it is the relief of finally being freed from dissatisfaction.

Mathieu Ricard