domingo, 28 de novembro de 2010

O Reino do Mar Sem Fim - Grupo Pedras

Último dia hoje 28 de novembro no teatro do jockey às 19:00













quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Diálogo treino - guarda -chuva

A - Aquele dia eu te achei bonita até com aquele óculos fundo de garrafa. Eu me lembro estava chovendo naquela noite.
B - Eu fui pra lá, você pra cá.
A - Mas a gente ficou junto um tempo antes disso. Eu fui até você. Você se lembra. Eu fui até você, eu fui até você, até você, até você.
B - Estava chovendo.
A - Você, você.
B - Estava chovendo?
A - Estava, estava chovendo.
B - Você me deu o seu guarda-chuva, lembra?
A - Você sempre gostou do meu guarda-chuva.
B - Você lembra disso?!
A - Como que eu não iria me lembrar!?
B – Não sei. A gente esquece das coisas.
A – Algumas coisas.
B – É.
A - Eu fui até você. Você se lembra?
B – O guarda-chuva. Você me deu o guarda-chuva. Eu queria tanto aquele guarda-chuva. Era o guarda-chuva da minha vida.
A - Eu fui até você. Você se lembra?
B - Você continua me perguntando isso.
A – Se lembra?
B - Ei moço! Ainda está chovendo?
A - Vai precisar de um guarda-chuva.
B - Pois é, nessa chuva...
A - Quer o meu?
B - O seu?
A - É. Posso te emprestar, depois você me devolve.
B - Tem certeza? Você realmente me emprestaria o seu guarda-chuva?
A - Já falei que sim. Eu te empresto, pra você não pegar chuva.
B - Eu aceito.
A – Você estava tão linda com aquele óculos fundo de garrafa. Meu deus...
B – Você.
A – Eu te amava de óculos fundo de garrafa.
B – Eu te amava.
A – Eu sei.
B – Eu não sabia. Eu amava o seu guarda-chuva.
A – Eu te amava.
B – Eu sei. Eu te amava.
A – Eu fui até você. Você se lembra?
B- Você me beijou pela última vez com amor.
A – Hoje eu não te beijo mais.
B – Hoje você não me mais com amor.
A – Mas eu te beijo, eu fui até você com todo o amor.
B – Eu te amava.
A – Eu te amava.
B – Eu não te amo mais.
A – Você não lembra?
B – Quase de mais nada.
A – Jura?
B – Sabe que é um alívio.
A – Sei.
B - As lembranças vem e em seguida me deixam.
A – Sei.
B – Eu lembro que eu não te amo mais
A – Eu lembro que eu te amava.
B – Acabei de esquecer se te amava ou não.
A – Eu posso te lembrar. Você disso agora pouco que me amava sim.
B – Então eu te amava. Se eu disse, então era. Mas já não me lembro mais. Me esqueço.
A – Você escolhe.
B – Pode ser.
A – Você era linda com aquele óculos fundo de garrafa. Como eu te amava com aquele óculos fundo de garrafa.
B – Seu guarda-chuva.
A – Sim.
B – Agora ele é meu.
A – Eu sei.
B – Eu sei.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A menina que dança

A menina que foi dançar não sabia direitinho o passo, se era um pra lá, dois pra cá, ou dois pra lá e um pra cá. Mas ela queria dançar, podia ser de olho fechado. Podia ser em suspenso. Ela nem sentia seus pés, eles queriam ir, queriam se perder, dançar... pra lá... pra cá... pra lugar nenhum. Era um dançar perdido, que não busca um encontro, que só dança e só se perde, só vive, só dança, só chora, só se emociona e só vive; e assim perdido se encontra, se encontra em seus pés, se encontra nela e se encontra no seu par que agora não tenta mais levar-la, vai junto com ela. Eles se perdem juntos, criam uma nova dança, uma nova estória, uma nova forma, um novo amor, um novo encontro. Eles são uns e cada um inteiro. Eles se amam, se dançam, se olham, se encantam, se olham, se olham, se apaixonam, vivem uns, vivem cada um. Que lindos, eu poderia ficar aqui olhando os dois dançarem uma vida toda, a minha vida toda. Eu daria a minha vida por um encontro, por encontros, por estórias de amor, por estórias de encontros. Eu daria a minha vida por viver, eu daria a minha vida para estar viva assim, agora, sem muita complicação, só viva, só agora, só nesse presente que assusta, mas é vida. Sou eu, a menina, o seu par, o encontro dos dois, eu, a vida, o outro, os outros, eu. A menina viva, presente com seu par, com seu encontro, seu presente, sua vida, sua história, hoje. A menina entregue dança e não quer saber para onde, só dança, só se perde, só se perde, só vive. É uma menina emocionada, uma menina viva, inteira e entregue. Meu peito aperta de ver a coragem dessa menina, coragem que ela tem de se perder e se entregar nos passos de uma dança que ela não conhece, nunca dançou, uma dança que talvez nem tenha música, ou que seja todas as músicas do mundo, e mesmo assim ela dança, ela se perde e ela vive. Coragem de encontrar nos seus pés, e no outro um ritmo, uma dança que ela descobre na hora, a cada segundo, e é como se sempre tivesse dançando aquilo, aqueles passos.

domingo, 21 de novembro de 2010

belle & sebastian - get me away from here, i'm dying

Música mais fofa que dá um aperto no coração...





Ooh! Get me away from here I'm dying
Play me a song to set me free
Nobody writes them like they used to
So it may as well be me
Here on my own now after hours
Here on my own now on a bus
Think of it this way
You could either be successful or be us
With our winning smiles, and us
With our catchy tunes and words
Now we're photogenic
You know, we don't stand a chance

Oh, I'll settle down with some old story
About a boy who's just like me
Thought there was love in everything and everyone
You're so naive!
They always reach a sorry ending
They always get it in the end
Still it was worth it as I turned the pages solemnly, and then
With a winning smile, the poor boy
With naivety succeeds
At the final moment, I cried
I always cry at endings

Oh, that wasn't what I meant to say at all
From where I'm sitting, rain
Falling against the lonely tenement
Has set my mind to wander
Into the windows of my lovers
They never know unless I write
"This is no declaration, I just thought I'd let you know goodbye"
Said the hero in the story
"It is mightier than swords
I could kill you sure
But I could only make you cry with these words"

sábado, 20 de novembro de 2010

Fragmentos de um treino num dia de chuva

A – Eu estou te olhando, mas não consigo te beijar.
B – Me beija.
A – Eu estou te olhando, mas não consigo te beijar.
B – Me beija aqui. Aqui ó, me beija aqui.
A – Eu não sei te beijar.
B – Isso um beijo.
A – Eu tenho medo de te beijar.
B – Beijo.
A – Medo.
B – Beijo, beijo, beijo.
A – Medo, medo, bei...
B – Beijo, beijo, beijo, me...
A – Do beijo medo.
B – Beijo, beijo, beijo.

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Menina você precisa ir embora. Eu não agüento mais você me perguntando se parou de chover. Por que te importa? Chuva é água.
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Menina que sai correndo quando não sabe o que fazer. Ela corre sem parar, com essa chuva que não cessa. Eu não quero água. Odeio me molhar. Odeio ter que usar guarda-chuva. Sempre quebra. São frágeis, ainda mais agora que são todos chineses, virou praticamente um artigo de uso descartável, dura apenas uma rajadinha de vento.
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Eu me apaixonei pelo guarda-chuva dela. Um guarda-chuva vermelho brilhante com bolinhas brancas. Eu namorei ela, mas o que eu queria mesmo era namorar o guarda-chuva dela. Queria dançar música lenta coladinho com o guarda-chuva dela. Queria abrir o guarda-chuva dela sem ter a necessidade de uma chuvinha ou um dilúvio. Eu não quero chuva, eu não quero ela.

Um diálogo bobo e simples em treino

18-11-10 Diálogo Treino

A – Que isso! Não fecha assim não! Tá agressivo por quê?
B – Eu quero vomitar.
A – Então por que fechou a janela?
B – Não quero mais ar. Eu to passando mal. Olha pra mim. To com cara de que?
A – Cara de masoquista sofredor.
B – Masoquista sofredor?
A – Você não acha que já rezou muito não? Não faz bem.
B – Fé?
A – É. Fé não te faz bem.
B começa pega na sua língua, e começa a gemer, não consegue falar direito porque está o tempo todo segurando a língua.
B – aaaa.
A – Que foi?
B – aaaaa...
A – Que que você tem?
B – aaaaa.....
A – Eu não to entendendo. Sua língua.
B – (com muita dificuldade) Minha língua. Aaaa....
A – Que carrego.
B – (ainda com dificuldade) Eu preciso rezar.
A – Vai ficar mais carregado.
B – (normal) Passou. (mostrando a língua) Ih, olha aqui. Olha.
A – Isso é baba?
B – É. (de novo pegando na língua) aaaa...
A – Passou?
B – (normal) Passou.
A – Vamos dançar agora?
B – Vamos.
Toca It´s the end of the world do R.E.M
Os dois dançam muito. Muito rápido, se perdem dançando.

sábado, 13 de novembro de 2010

Ainda no tempo, ainda do caderninho.

Eu quis vir para casa. Quis vir para cá ficar sozinha um pouco, ouvir um pouco de musica, ouvir o silêncio do tempo que passa. Tenho repetido que estou fazendo uma faxina na minha vida, arrumando os espaços, organizando as idéias e vontades, colocando metas no lugar, escolhendo as coisas que quero fazer, pessoas com as quais eu quero estar, portas que eu quero abrir, portas que eu gostaria que abrissem, e portas que vou entrar. Ganhei vários presentes esse ano - encontros, transições, mudanças, vida. Mais histórias, mais vida, mais pessoas, menos pessoas, mais vida. Tudo volta de diferentes formas e maneiras, não sei como e nem quando, mas tenho a impressão de que sempre se renova quando a gente vive.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Um dia no meu caderninho - ou um desabafo mais do que pessoal e íntimo

Um caderno de sonhos. Sonhos que depois que eu acordo eu nunca consigo me lembrar e raramente quando eu consigo, ou eu me esqueço de anotar ou fico com preguiça. E assim... Mais uma imagem, mais uma oportunidade de aprofundar um diálogo vai embora.
Ontem eu acordei de um cochilo assustada, com um susto. Me veio uma clareza, um sentimento, pensamento, imagem, tudo junto e era tudo muito real, concreto e objetivo. Uma percepção cruel de mim, da vida e do tempo. Já faz 30 anos que eu nasci. Serão 31 de vida, em menos de uma semana, já é um tempo. Um tempo muito maior do que eu fico achando ou querendo achar. A menina persiste dentro de mim com muitas vontades próprias, ontem me senti uma pessoa viva, com a percepção do tempo e da vida que já viveu e já passou. Foi um susto com a realidade que eu venho criando de mim e comigo. Pela primeira vez na vida sinto angustia com a chegada e passagem do meu aniversario. Uma angústia profunda. Uma dificuldade de aceitar que em poucos dias já estarei com 31 anos. Vivo uma negação, finjo para mim mesma que não está chegando, que não estamos em novembro, que não estamos no final do ano. Ainda não tive vontade de pensar e nem planejar nada. Coisa nova na minha vida. Estou triste, angustiada com medo do tempo e da vida que me transformam com ou sem a minha vontade. O tempo passa e eu vou junto sem saber de nada, tentando desesperadamente ser alguém, alguma coisa. Eu choro, é bom. Vejo meu querido avô sobrevivente do holocausto que já não sabe mais quem ele é – já está morrendo, meus pais que agora são avós e eu que preciso deixar de ser filha.

domingo, 7 de novembro de 2010

Monólogo em treino - Cadê a leveza do beijo que eu te dei?

Alguém – Cadê a leveza do beijo que eu te dei? Hoje eu olho para você e não me vejo, não vejo o meu beijo. Não vejo leveza. Cadê a leveza do beijo que eu te dei? Ontem você me beijou na boca e eu caí no chão. Não sei o que é que aconteceu. Eu caí com o seu beijo e você não caiu comigo. Hoje eu te dei um beijo fresco. Cadê a leveza do beijo que eu te dei? Cadê você que ontem me jogou no chão com o seu beijo? Eu caí no chão e fiquei jogada na tábua corrida novinha recém colocada, te esperando. Você não veio, você me beijou, você me apaixonou, você me deixou, você me pesou.Cadê a leveza do beijo que eu te dei? Onde é que eu fiquei? Onde é que eu estou sem meu beijo que foi leve, que foi apaixonado, que te viu ontem e não consegue te ver hoje? Cadê a leveza do beijo que eu te dei? Ontem seu beijo me jogou no chão, hoje o meu beijo pesou. Hoje eu não te vejo. Hoje você não está mais aqui. Acho que ontem eu caí porque você nunca chegou, eu nunca te conheci e nunca me apaixonei. Você nunca existiu, eu nunca fui leve, eu nunca beijei a leveza, eu nunca te beijei, eu nunca te vi. Você nunca existiu. Que pena, c’est la vie...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dialogo Treino Oi?

A – Você devia tentar pular com mais leveza. Eu sinto o chão tremer sempre que você desce. Chega a fazer cócegas no meu pé.
B – Vai dizer que você não gosta de cócegas no pé.
A – Eu não gosto de você.
B – Por acaso.
A – Não, não. Eu com certeza e por vários motivos não gosto de você. E eu não gosto de acasos.
B – Por acaso, você se segura nas certezas, mas não sabe nem por que. Isso é o acaso.
A – Ai meu deus. Para de falar. Você não me conhece. Eu não tenho a mesma cara, não tenho a mesma leveza que talvez um dia você possa ter conhecido.
B – Exatamente a mesma, com a mesma cara, o mesmo jeito. Dez anos depois e eu te reconheço no escuro.
A – Eu vou sair daqui, você está me inventando. Você está me impondo um eu, para eu mesma. Eu fiz uma escolha.
B – Vai dizer que você não gosta de cócegas no pé?
A – Eu escolhi uma outra possibilidade. Um dia li um livro, consegui me ver na personagem, me vi velha, amargurada e sozinha.
B – Você é jovem, ácida e solitária.
A – Hoje eu sou jovem, doce e completa.
B – Completa de que?
A – Não sei... da vida, de mim.
B – Sei... você vai amargurar porque se sente completa. Tão jovem, e já tão cedo sem espaço para somar.
A - Eu vou sair daqui, você está me inventando. Você está me impondo um eu, para eu mesma. Eu fiz uma escolha.
B – Pára com isso, pára com esse show, pára de inventar absurdos. Eu estou aqui para te jogar no chão, e em seguida vou embora.
A – Não sei mais o que dizer. Essa conversa já não está mais me fazendo sentido, não consigo dialogar com você. Você me perde.
B – Mas esse não é o propósito da vida.
A – Hã? Não entendi.
B – Se perder.
A – Se perder do que? Eu estou me perdendo.
B – Então você está se propositando na vida.
A – Não existe.
B – O que? Você está querendo inverter é?
A – Não existe propositando, eu te explico e você se encontra. Eu já não me lembro mais o que estava me perdendo.
B – O propósito. Se perder.
A – Me perder?
B – Esquece, você é uma que mesmo se perdendo não vai nunca conseguir se achar.
A – Você está me confundindo.
B – Que bom. Já é um começo.
A – Começo de que?
B – Qualquer coisa.
A – Que ótimo. Você é mesmo brilhante.
B – O começo de qualquer coisa não é para qualquer um não.
A – Mas para mim é?
B – Não, para você está sendo, mas já já, já pode não ser mais. Fica esperta.
A – E o que é que eu tenho que fazer então?
B – Nada.
A – Muito difícil isso tudo.
B – O nada deveria ser muito fácil. Mania nossa de querer fazer do nada qualquer coisa, só para dizer que é coisa.
A – Muito difícil isso tudo, sobre o nada e a coisa e a perda. E eu?
B – Você o que?
A – Quem que eu era?
B – Não sei. Mas tanto faz.
A – É né...? Tanto faz.
A já desnorteada, perdida, desequilibrada, cai no chão sozinha. B só olha em silêncio. A jogada no chão olhando pro teto, daquele jeito permanece. B vai embora.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Uma Boa Dica

Terça dia 09 de novembro é o lançamento do livro e guia de Buenos Aires - Bistrôs Buenos Aires, dando sequencia ao primeiro da série - Bistrôs Paris. O autor é o chef e fotógrafo Alex Herzog - meu queridíssimo pai!


E VALE SE CADASTRAR NO SITE QUE ESTÁ EM CONSTRUÇÃO - www.bistros.com.br - PARA CONCORRER A UM EXEMPLAR DO LIVRO BISTRÔS BUENOS AIRES.