sábado, 20 de novembro de 2010

Fragmentos de um treino num dia de chuva

A – Eu estou te olhando, mas não consigo te beijar.
B – Me beija.
A – Eu estou te olhando, mas não consigo te beijar.
B – Me beija aqui. Aqui ó, me beija aqui.
A – Eu não sei te beijar.
B – Isso um beijo.
A – Eu tenho medo de te beijar.
B – Beijo.
A – Medo.
B – Beijo, beijo, beijo.
A – Medo, medo, bei...
B – Beijo, beijo, beijo, me...
A – Do beijo medo.
B – Beijo, beijo, beijo.

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Menina você precisa ir embora. Eu não agüento mais você me perguntando se parou de chover. Por que te importa? Chuva é água.
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Menina que sai correndo quando não sabe o que fazer. Ela corre sem parar, com essa chuva que não cessa. Eu não quero água. Odeio me molhar. Odeio ter que usar guarda-chuva. Sempre quebra. São frágeis, ainda mais agora que são todos chineses, virou praticamente um artigo de uso descartável, dura apenas uma rajadinha de vento.
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Eu me apaixonei pelo guarda-chuva dela. Um guarda-chuva vermelho brilhante com bolinhas brancas. Eu namorei ela, mas o que eu queria mesmo era namorar o guarda-chuva dela. Queria dançar música lenta coladinho com o guarda-chuva dela. Queria abrir o guarda-chuva dela sem ter a necessidade de uma chuvinha ou um dilúvio. Eu não quero chuva, eu não quero ela.

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